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18 de mai. de 2011

Nietzsche e a juventude de hoje

“Nietzsche e a juventude de hoje”

                Friedrich Wilhelm Nietzsche fora uma pequena e patética figura pálida com um enorme bigode militar que marcou profundamente o pensamento do século XX e que, ainda hoje, faz-se afirmar sua “autonomia”, alicerçados na polêmica filosofia do megalomaníaco Nietzsche. Aqui faço questão de levantar as seguintes hipóteses: seriam os escritos de Nietzsche alguma espécie de manual de conduta? Por acaso, Nietzsche algum dia escreveu algo pensando em formar grupos, ou mesmo, na sua linguagem, rebanhos? A princípio aos fãs de Nietzsche que costumam associar a sua vida com os seus escritos, considerem a sua afirmação: “Eu sou uma coisa, meus escritos são outra” (NIETZSCHE, 2006, p. 55).

                Na atualidade, muitos dos temas que foram abordados por Nietzsche vêm sendo debatidos, devido à sua vinculação com a Filosofia, a Ciência, as Artes e a Ética. A própria mídia tem divulgado sua filosofia, através de revistas, jornais e livros. Nietzsche tornou-se até personagem de alguns romances, como é o caso do livro que virou filme e peça teatral: Quando Nietzsche chorou de Irvin D. Yalon.

                Um dos fatores que presentifica Nietzsche é a relação de sua filosofia com a vida humana. Ora, a própria Filosofia nasce de uma relação entre o pensamento e a vida dos gregos, basta lembrarmos-nos das discussões na praça pública de Atenas, que é considerada como o berço da Filosofia. Lembrando que a vida é vista pelo filósofo como algo jovial e dinâmico, aliás, esta vida assume um caráter único na filosofia, porque é somente o amor incondicional a ela que eleva os espíritos medíocres a efetivação das forcas nobres presentes na natureza humana. Viver é criar, eis uma grande máxima do filósofo, a arte assume um caráter “divino” em sua filosofia.

                Talvez Nietzsche esteja tão em voga hoje entre a juventude, devido a sua grande batalha contra a moralidade. Os jovens de hoje não querem mais seguir preceitos morais, aliás, a própria palavra “ética” está cada vez mais perdendo seu significado originário. A questão que surge aqui é a seguinte: em nome do que os “valores” devem ser rejeitados? A própria negação dos valores não implica a criação de outros, talvez até mais dogmáticos? Nietzsche não visa derrubar todos os juízos de valores, o que ele questiona são os motivos que nos impelem a moralidade. Bom, quanto a agir ou não moralmente, diz:

[...] é preciso evitar e combater numerosas ações ditas imorais; de igual modo que é preciso cumprir e encorajar numerosas ações ditas morais; penso que é preciso fazer uma e outra coisa por outras razões que não aquelas com que se agiu até agora (NIETZSCHE, 2007, p. 79).

                Enfim, Nietzsche não é sinônimo nem de rebeldia e menos ainda de libertinagem, embora polêmica e crítica de muitos valores religiosos, sua filosofia é totalmente voltada para práticas como a solidão e a genialidade artística. Sendo que o verdadeiro homem, aquele chamado de “super-homem”, no fundo não passa de uma criança, que com sua inocência é capaz de olhar e inventar o mundo circundante, com a capacidade fantástica e criativa que lhe permitem criar a partir de si mesmo. Pois bem, a recomendação que fica é a seguinte: de fato Nietzsche fora um escritor fantástico, que privilegiou o lado dionisíaco da vida, dando ênfase para os instintos humanos, entrementes um jovem hoje pode ser muito mais que um mero discípulo, ou mesmo, simpatizante de Nietzsche. Se viver é criar, crie sua própria vida, lembrando que para isso, não é preciso construir grandes edifícios, comece por edificar o seu próprio coração.



Referências bibliográficas citadas no texto:

NIETZSCHE, Friedrich. Aurora. São Paulo: Escala, 2007.

_________, Friedrich. Ecce Homo. São Paulo: Escala, 2006.

                                              



por Douglas Meneghatti




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