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5 de set. de 2011

Duc in altum (Lc 5,4)



Sobre a Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte de João Paulo II, de 06.01.2001

“Duc in altum” – (Lc 5,4)

            Sigamos em frente, com esperança! Com essas palavras o saudoso Papa João Paulo II, hoje beato, iniciava o texto conclusivo da Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte. Chamou à atenção a frase, pois pensei o seguinte: é preciso seguir, seguir em frente, não se pode mais voltar atrás na caminhada cristã. Entretanto, não podemos seguir de qualquer jeito, sem rumo, sem lenço e sem documento como cantava uma canção. É preciso seguir “com esperança”! Essa esperança é com certeza em Cristo Jesus, e não pode ser em outro, como nos diz o documento: “Certamente não nos move a esperança ingênua de que possa haver uma formula mágica para os grandes desafios do nosso tempo; não será uma formula a salvar-nos, mas uma pessoa, e a certeza que ela nos infunde: Eu estarei convosco!” (NMI, 29).
            Mas para se ter tamanha convicção e esperança em Cristo, é preciso conhecê-Lo, ter com Ele uma experiência marcante, profunda e pessoal. Reconhecemos uma pessoa quando olhamos para o seu rosto, assim, devemos também desvendar o Rosto de Cristo, que se apresenta magistralmente no documento em três dimensões: O Rosto do Filho, o Rosto Doloroso e o Rosto Ressuscitado. Assim como os gregos que disseram ao Apóstolo Felipe: “Queríamos ver a Jesus” (Jo 12,21), toda Igreja de hoje, e principalmente os “homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes “falem” de Cristo, mas também que de certa forma lho façam “ver”. (NMI, 16). E como poderemos fazer que o Rosto de Cristo seja visto no mundo?
            Sem dúvida nenhuma o melhor meio de apresentar Cristo verdadeiramente ao mundo é pelo testemunho cristão, que é inegavelmente o testemunho do amor como diz a Escritura: “É por isto que todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35) e ainda “Assim como eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Esse amor deve transpor todas as barreiras religiosas e todos os limites políticos e nacionalistas, na vivencia concreta de uma espiritualidade de comunhão, que significa, entre outras coisas: “... a capacidade de ver antes de mais nada o que há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como dom de Deus: ´um dom para mim`...”. Esse amor não pode ser segundo meus critérios, mas sim os de Deus!
            Vamos ao largo, para águas mais profundas, pois no “... caminho, acompanha-nos a Virgem Santíssima” (NMI, 58), apontada pelo Papa como a “aurora luminosa e guia segura do nosso caminho” (NMI, 58). Vamos com afinco, pois “... o nosso passo tem de tornar-se mais rápido para percorrer as estradas do mundo” (NMI, 58). Esse mundo novo da globalização que não traz apenas benefícios, mas sim muitos problemas, também globalizados, como o “desequilíbrio ecológico” (NMI, 51), o “problema da paz” (NMI, 51), o “vilipêndio dos direitos humanos fundamentais” (NMI, 51) e tantos outros que seguiriam uma lista imensa, infelizmente.
            Porém, vamos com esperança, com fé e com caridade. Certos de que não caminhamos sozinhos; caminhamos com a Igreja, com Maria, com o Papa e com Cristo que “... se põe a caminho conosco pelas nossas estradas deixando-se reconhecer, como sucedeu aos discípulos de Emaús, ´ao partir do pão` (Lc, 24, 35)” (NMI, 59). Então, vamos em paz, paz inquieta, duc in altum. Amém!




            

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