EU E O PADRE DAVID
Estamos no Ano Sacerdotal!
A convite de Sua Santidade, o Papa, Bento XVI, devemos fazer desse ano um
profundo momento de reflexão sobre a dignidade do ministério ordenado, e
intensificar nossas orações de intercessão e ação de graças por tantos homens
que ao longo da história da Igreja deram o seu "SIM" na
particularidade da vida e presbiteral.
Penso que todos nós, católicos
praticantes ou não, já tivemos uma bela experiência com os pastores da Igreja,
os Padres. Quantas vezes esses homens de carne e osso foram verdadeiros
"anjos" em nossas vidas e em nossas famílias, trazendo palavras que
pareciam cair diretamente dos lábios de Deus, confortanto os nossos corações e
até mudando nossos conceitos etc.
Comigo não foi diferente! Desde que
tinha meses de vida vi a intervenção dos Padres em minha vida formando a minha
fé e minha caminhada vocacional. Quando pequeno, fui encaminhado para adoção
por Frei José Maria Lorenzetti; daí para frente os Padres tiveram ativa
influência sobre mim. Seria uma lista grandiosa de todos que foram canais da
graça de Deus.
Gostaria de partilhar com todos os
paroquianos e visitantes da Catedral sobre a influência de um Sacerdote em
particular, Pe. David, pároco desta comunidade. Conheci-o em Santa Cruz, quando
foi pároco da Paróquia São Benedito. Logo que conversamos não tive dúvidas em
pedir que ele me orientasse espiritualmente. Eu trabalhava na Casa de Oração,
já havia tentado tantas vezes ingressar-me no caminho vocacional, sem obter
sucesso.
Nossas conversas foram poucas, mas
frutuosas. Ele me orientou sobre minha vocação, sobre minhas enfermidades e até
tivemos a oportunidade de fazer alguns trabalhos juntos. Como um comenta, tão
rápido veio, tão rápido se foi. Foram apenas 10 meses... e daí já pensei:
"mais um diretor espiritual que vai embora". No entanto, suas
palavras precisas, regadas sempre por um "de certa forma", me
levaram a não esconder os dons que Deus me concedeu. A partir daí nossos contatos foram bem raros.
Em 2005, começei a ajudar o Seminário Diocesano arrecadando doações de
alimentos e produtos de limpeza em Santa Cruz. Tinha saído do emprego, pois
sentia uma vontade de entregar-me a Deus consagrando-O toda minha vida.
Nisso resolvi escrever uma carta para o Padre David. Nem sei por que
motivo o escolhi... talvez seja por causa de suas "perguntinhas
indiretas" quando ele quer que nos mechamos para fazer alguma coisa
pelo Reino de Deus.
Escrevi a carta, nem corrigi os erros e enviei pelo correio. Na carta,
lembro-me bem dessas palavras: "Padre Davi, o senhor e eu sabemos que
Deus quer alguma coisa de mim, mas qual é?". Por isso escrevi. Sentia
que ele podia me ajudar a perguntar a Deus qual era a sua vontade sobre mim.
Dias se passaram... e então.
O Padre Gilson, recém-ordenado, começou com uma conversa estranha se eu
não queria entrar no Seminário. De primeiro instante, disse que já me sentia um
tanto "velho" para pensar nisso, porém demostrei entusiasmo Então,
ele me disse: "Olha o Padre Davi, leu sua carta e já falou com o Bispo,
e ele também já tem conhecimento do que você escreveu". Tremi !!!
Queria dizer que ele não podia ter feito isso, mas ao mesmo tempo
fiquei feliz pois sabia que Deus podia me responder ainda com mais clareza pelo
Senhor Bispo, já que, como afirma a Igreja, ele é o primeiro responsável pelas
vocações em sua Diocese. Então aguardei e rezei.
Passado uns dias, liguei para o Sr. Bispo e marcamos uma conversa. Foi
uma coisa bem tranquila. Falamos mais sobre "seguir Jesus" do
que sobre sacerdócio ou entrada no Seminário.
Pois bem, nem uma semana depois e um telefonema muda toda minha vida. "Agnaldo,
você foi aceito para entrar no Seminário". Que convite divino, era a
Igreja e seus pastores me dizendo: "Vem e segue-me. Arrisque-se a
seguir Jesus radicalmente. Mas não demores mais!!!"
Padre Gilson (outro Sacerdote especial em minha vida) trouxe-me no
Seminário e com poucos minutos de conversa tudo estava resolvido: tinha
menos de 15 dias para ajeitar tudo e entrar no Seminário Diocesano. Foi uma
correria, roupas, livros, deixar os programas de rádio, minha saúde, minha
mãezinha etc. Ufa!!!
Tudo pronto ou não! Dia 15 de agosto de 2006, eu adentrava os
portões do Seminário onde estou até hoje.
O que posso dizer hoje sobre esse Sacerdote se resume nisso: "Padre
Davi, se um dia eu for Sacerdote, o
senhor é culpado. Quando eu nem mesmo acreditava em mim, o senhor acreditou.
Obrigado!
Agnaldo (seminarista diocesano)
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